Por Onde Começo a Aprender a Investir?
- Jana

- 25 de jul.
- 4 min de leitura
Atualizado: 29 de jul.

Se estás a ler este artigo, provavelmente já percebeste que guardar dinheiro não é o suficiente.
Poupança é importante, sim, mas deixar o teu dinheiro parado numa conta, a render (quase) nada... é como ter uma semente e nunca a plantar.
Então vem a pergunta que recebo praticamente todas as semanas:
“Jana, por onde é que eu começo a aprender a investir?”
E neste artigo quero dar-te exatamente essa resposta. Mas aviso já: não te vou dar apenas uma lista técnica. Quero dar-te clareza, confiança e um caminho seguro para começares com o pé direito.
1. Começa por dentro: mentalidade de investidor(a)
Antes de qualquer investimento financeiro, tens que fazer o teu primeiro investimento interno: na tua mentalidade.
Investir não é um jogo de sorte. É um jogo de consistência, estratégia e paciência.
Por isso, é essencial começares por entender e ressignificar algumas crenças:
Achas que investir é só para ricos?
Acreditas que é preciso ter muito dinheiro?
Tens medo de “perder tudo”?
👉 Essas ideias, se não forem trabalhadas, vão sabotar todas as tuas decisões.
A boa notícia? Mentalidade aprende-se. Treina-se. E melhora com o tempo — se tiveres a orientação certa.
2. Aprende o básico — e aprende bem
Não precisas de um curso de 500 horas, mas precisas de saber o essencial:
O que são ativos financeiros (ações, ETFs, obrigações...)
A diferença entre risco e volatilidade
O que são e como funcionam os juros compostos
Como funcionam as corretoras e a custódia
O impacto dos custos e impostos nos teus investimentos
etc
💡 Quanto mais simples parecer um investimento, mais deves questionar e analisar. O conhecimento é o teu melhor escudo.
3. Define o teu objetivo como investidor(a)
Antes de escolher qualquer ativo, tens que responder:
“Para quê que estou a investir?”
Exemplos:
Construir uma reforma tranquila
Comprar casa daqui a 5 anos
Criar um património sólido ao longo da vida
Gerar uma renda passiva mensal no futuro
🎯 Cada objetivo tem um prazo diferente e, por isso, uma estratégia diferente.
4. Cria o teu fundo de emergência
Este passo vem antes de investir na Bolsa.
Ter um fundo de emergência significa ter dinheiro guardado (e disponível rapidamente) para lidar com imprevistos — sem ter que vender os teus investimentos no pior momento.
✅ Regra base: entre 3 a 6 meses dos teus custos mensais.
Este dinheiro deve estar num local seguro, estável e com liquidez diária (como uma conta remunerada ou depósito a prazo com resgate automático).
💡Não precisas de ter 100% do teu fundo de emergência completo para começares a investir na Bolsa de Valores, mas convém que este seja definitivamente a tua prioridade. Pois não adianta pensar em ter liberdade financeira no futuro, se nem o curto prazo está assegurado com tranquilidade.
5. Escolhe uma corretora segura
A corretora é a “ponte” entre ti e os teus investimentos. Deve ser confiável, regulada e com boas condições.
Alguns pontos a analisar:
Custos de transação
Segurança e regulação
Acesso a ETFs e ações internacionais
Interface fácil e apoio ao cliente
💡 Algumas corretoras bastante usadas por iniciantes:
Interactive Brokers
XTB
Trading 212
Degiro
(Atenção: a melhor corretora vai depender do teu perfil, país e objetivos.)
6. Começa por algo simples: ETFs
Se estás a começar, os ETFs (fundos de índice) são uma excelente porta de entrada. Eles permitem-te investir em dezenas ou centenas de empresas ao mesmo tempo — com baixo custo e diversificação automática.
Exemplos:
ETF do S&P 500 (empresas dos EUA)
ETF MSCI World (empresas globais desenvolvidas)
ETF Euro Stoxx 50 (principais empresas da zona euro)
Podes investir com pouco dinheiro e acompanhar a performance a longo prazo, com menos risco do que investir numa só empresa.
👉 Atenção: Estes são apenas 3 exemplos de índices, mas existem muito mais. Deves SEMPRE analisar o teu investimento ANTES de aplicares qualquer dinheiro nele... mesmo que seja um ETF.
7. Investe com regularidade, não com emoção
Evita tentar prever o mercado. Evita seguir “dicas quentes” ou notícias alarmistas.
A melhor estratégia?
Investir todos os meses, de forma automática e consistente.
Este método chama-se DCA (Dollar Cost Averaging) — e reduz o impacto da volatilidade.
Investe com o que tens: 50€, 100€, 200€...O que importa é começar com conhecimento. O valor aumenta com o tempo.
8. Controla e acompanha, mas sem obsessão
Não é para verificares a conta todos os dias. Isso só te vai gerar ansiedade.
Reserva um momento do mês para:
Rever os teus investimentos
Verificar se estás a seguir o teu plano
Ajustar (se necessário) com base no teu objetivo
Lembra-te: tu és o/a gestor(a) do teu próprio dinheiro.
💡Pelo menos anualmente deves fazer uma revisão à análise inicial do teu investimento, para verificares se continua a ser um bom investimento e por isso evitares surpresas no futuro.
9. Tem paciência e visão de longo prazo
Investir não é enriquecer rápido. É enriquecer com propósito e com tempo.
O mercado vai subir e vai cair. Mas o que interessa é o caminho total — e não os soluços no meio. Pois se fizeres boas escolhas de investimento no total o saldo será positivo e o teu dinheiro irá crescer.
Quanto mais cedo começares, mais o tempo vai trabalhar a teu favor.
Para terminar...
Se hoje estás com dúvidas, nervoso(a) ou com medo de dar o primeiro passo...Eu já estive aí. Estudei durante anos antes de começar. E quando comecei... desejei ter começado antes.
O melhor dia para começares foi ontem. O segundo melhor é hoje. Mas começa com consciência — e nunca sozinho/a sem conhecimento.
Se quiseres ajuda para criar um plano simples, realista e bem estruturado, sabes que estou aqui para te acompanhar 💛











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